Tempo de espera.

Vou deixar aqui o que eu ouvi da assistente social, na reunião informativa. São dados daqui de Curitiba e não são fatos que alguém ouviu ali e me contou, eu perguntei e ouvi a resposta.

O tempo de espera para habilitação aqui em Curitiba, leva entre seis a oito meses, vai depender da disponibilidade das assistentes sociais e dos pretendentes á adoção, já que o curso obrigatório tem duração de um mês e o casal tem que comparecer, não apenas um. Quanto a demora na chegada do filho (a). Infelizmente,a maioria das pessoas quer o chamado “bebê mignon” ou seja, recém nascido, menina, pele brança, olhos claros e 100% saudável, nesse caso a espera pode levar quatro anos ou mais. Casais ou pessoas que tenham o perfil mais aberto, sem restrições quanto ao sexo, cor, com doenças tratáveis e com irmãos, a espera pode levar um ano. Adoção especial ou seja, crianças com Síndrome de Down, Autismo, HIV, Hidrocefalia, enfim, patologias incuráveis, a adoção é quase imediata, os pais apenas passam pelo processo da habilitação e nem entram na fila do CNA. Adoção tardia ou seja, crianças maiores que sete anos, tbm é mais rápido e segundo a assistente social que me atendeu, esse processo leva em média quatro meses, pois crianças maiores, somam quase 80% do total das crianças disponíveis prá adoção.

Cada caso é diferente do outro, meu intúito aqui é relatar minha história e ajudar quem ainda está em dúvidas para entrar com o processo de habilitação e adoção, claro que o tempo nem sempre é longo e nem curto demais, cada processo tem que ser avaliado e seguido o cronograma, passar por entrevistas, curso e avaliação psicológica, acompanhado por assistentes sociais tbm. Não é uma regra a ser seguida, se minha amiga se habilitou em 6 meses e levou apenas 2 meses prá estar com seu filho(a), não quer dizer que o meu caso seja igual, mesmo pq tudo tem seu tempo certo prá acontecer e apenas Deus é o Senhor desse tempo, apenas Ele sabe quanto tempo eu e vc ficaremos na fila!  Então nada de ficar achando que leu aqui isso ou aquilo e que alguém falou isso e aquilo, são apenas relatos e a melhor coisa a ser feita é procurar a VIJ da sua cidade, município, estado e participar da reunião informativa, lá vc é muito bem recebido e todas as suas dúvidas são esclarecidas, por assistentes sociais e psicólogas, as quais trabalham diretamente com crianças e processos para habilitação e ninguém melhor que elas prá te passar a informação correta!!!   =D

Lembrar para ser lembrado…

Conforme o Projudi, nosso processo saiu do ministério público e foi encaminhado prá assistência psicosicial no dia 27/03, aaaah meu Deus, quando vi só queria que o telefone tocasse, passaram-se dias e nada. Um dia, numa conversa com uma amiga que conheci através de um grupo de adoção, contei sobre isso e que meu marido entraria de férias em maio, já que precisamos fazer o curso de pretendentes a adoção juntos e tem duração de um mês, seria perfeito… foi aí que ela me incentivou a ligar na VIJ e explicar, contar o motivo da minha ligação e me fazer entender que eu realmente quero adotar uma criança. No dia seguinte liguei e conversei com a assistente social, expliquei tudo e pedi desculpas pela ansiedade e incômodo, mas eu gostaria de estar na próxima turma, ela falou que entendia meu caso e me ligaria em alguns minutos, isso foi numa quinta-feira logo depois do almoço… anoiteceu, chegou sexta e nada, na segunda resolvi ligar e perguntar, afinal mais do que um não ela não iria me falar, liguei e ninguém atendeu, liguei de novo e nada, fiquei com medo de prejudicar o processo, sabe lá oque ela poderia pensar, desisti e fui fazer as tarefas domésticas, terminei tudo e aquilo não saía da minha cabeça, resolvi que iria ligar apenas uma vez e se não atendessem eu dava por encerrado, pimbaaaa, ela atendeu. Me identifiquei e ela perguntou se eu não tinha recebido uma ligação naquela quinta-feira mesmo e eu disse que não, ela pediu um instante e ali eu ouvi ela discutindo com alguém. Segundos depois uma moça veio ao telefone e disse que estávamos inscritos na turma de maio, pediu desculpas por não ter me ligado e disse que me mandaria por e-mail as informações sobre o curso, como horários e datas, mas que ela não tinha previsão prá nossa primeira entrevista, eu me desculpei com ela, afinal ela tinha levado uma babada por minha causa e falei que eu pretendia apenas fazer o curso, já que meu marido trabalha em turnos e estaria de férias em maio, ela disse que na maioria das vezes, as oportunidades passam pq elas não sabem oque podemos e queremos, que a falta de comunicação entre adotantes e assistentes sociais, deixa o processo mais lento. Me despedi, me desculpei mais zilhões de vezes e desliguei o telefone, gritei, pulei, comemorei sozinha em casa, era mais uma etapa a ser vencida! Fiquei na espera do e-mail, prá saber os dias do curso, claro que a ansiedade estava a mil, no final da tarde o tão esperado e-mail chegou e prá minha surpresa e alegria ela estava marcando nossa entrevista para o dia 2 de maio, meu Deus, é muita emoção prá um dia só, rsrsrsrsrsrs. Respondi ao e-mail confirmando a entrevista e agradecendo, feliz da vida e mais uma vez a minha teimosia deu certo e nessas horas eu agradeço a Deus por ser tagarela, pois se não tivesse comentado com a amiga, não teria ligado e estaria esperando um telefonema que será o começo da realização do nosso sonho!

Cada dia que passa, é menos um dia de espera.

Ainda não consigo entender, como nos dias de hoje, com tanta informação ao alcance de todos, ainda existam pessoas desinformadas e pelo que percebi não fazem questão nenhuma de se informar, digo isso pq mesmo na reunião informativa, haviam pessoas, bem arrumadas, aparentando um certo grau de instrução e uma vida privilegiada, estavam certos de que ao se entregar a documentação, em no máximo uma semana já estariam com seus filhos… não meu povo, não funciona assim… tem todo um protocolo a ser seguido e avaliações a serem feitas, em média um processo de adoção leva um ano, entre habilitar-se e encontrar uma criança disponível. Mas deixando de lado certas ansiedades, vamos lá… No dia que entregamos os documentos, o rapaz que nos atendeu, nos passou um número de telefone e pediu prá ligarmos dentro de uma semana prá sabermos prá qual vara nosso processo foi enviado, aí nos seria passado as informações devidas prá termos uma senha prá acessar o Projudi e acompanhar o processo. Liguei dois dias antes do previsto e já o processo já estava em determinada vara, liguei na vara prá me informar sobre a senha e a moça prontamente me enviou a senha provisória por e-mail e me passou as orientações. Acessei o Projudi e lá constava todo o nosso processo, toda a nossa documentação estava digitalizada e havia uma “intimação” da juíza do dia anterior ao meu acesso, ela pedia que eu enviasse mais fotos da família, avós, tios, primos… como na reunião informativa a assistente social havia falado que era prá mandar fotos somente das pessoas que viverão na casa com a criança, mandamos apenas fotos nossas e da minha filha, mas como a juíza pediu, eu obedeci, na mesma hora fiquei maluca, pois tinha o prazo de dez dias prá entregá-las e eu queria entregar no dia seguinte, juntei fotos dos meus pais, irmãos, sogros, cunhados, sobrinhos, cachorros, gatos, tartaruga (sim, eu amo animais) coloquei no pen drive e fui com meu marido e minha amiga que estava aqui, imprimir as fotos e no dia seguinte levamos tudo bonitinho e legendado na VIJ.

Então eu acesso o Projudi zilhões de vezes por dia, prá ver se tem alguma mudança, sei que tudo tem sem tempo e não adianta apressar as coisas, mas me sinto melhor xeretando nosso processo a cada instante, coisas de mãe ansiosa!!

Arrumando os documentos.

Passado o carnaval, imediatamente começamos a providenciar os documentos, prá dar entrada no processo o mais rápido possível. Mas o que mais achávamos que seria o mais fácil, acabou tornando-se o mais difícil: O Atestado de saúde mental, dado por um psiquiatra e com firma reconhecida. Não sei se levamos azar, ou realmente aqui em Curitiba ninguém tem boa vontade, nem por convênio, nem particular. Demoramos duas semanas prá conseguir uma psiquiatra abençoada, que fornecesse tal atestado e com firma reconhecida, isso que meu marido procurava por categoria na internet e eu ligava de um por um, uns não faziam esse tipo de atestado, outros queriam que fizéssemos algumas sessões prá depois fornecer, outros dois chegaram a cobrar quatrocentos reais por vinte minutos de conversa prá fornecer o atestado e cobraria a parte o reconhecimento de firma (no cartório pagamos sete reais cada reconhecimento de firma e o psiquiatra cobraria cinquenta reais cada). Enfim, depois de tanto telefonar, conseguimos essa psiquiatra, que cobrou cento e cinquenta reais cada consulta e segundo ela, sempre faz esse tipo de atestado, está acostumada com o processo. Depois encontro o cartão dela e faço um post com as informações prá quem quiser. Arrumamos tudo e fomos pedir as certidões negativas, pois essas levam dois dias prá ficarem prontas e o total das dez certidões (cinco de cada parte interessada) é de R$221,64. No dia de irmos buscar as certidões, eu estava positivada, ou seja tinha algo errado no meu CPF, corremos atrás e descobrimos que havia um cheque meu protestado do ano de 1996, no valor de R$ 54,00… corremos prá casa e entrei em contato com a empresa de cobrança, expliquei o motivo de urgência e o rapaz que me atendeu me enviou tudo por e-mail, paguei o tal cheque no mesmo dia, com juros e correções ficou em R$ 264,00, fazer o que… mas eu ainda precisava do cheque original, que viria de São Paulo prá dar baixa no cartório de protestos e isso levou uma semana, chegou numa sexta-feira ás 15:40 e já não tinha como eu chegar a tempo no cartório. Na segunda cedo fui e paguei R$80,00 prá dar baixa o Serasa e a moça me disse que levaria dois dias úteis prá eu pegar a certidão negativa,e se eu quisesse o cheque teria que voltar no dia seguinte e só depois ir pedir a certidão negativa no cartório do 2º ofício. Eu disse que iria precisar do cheque pq estava dando entrada em processo de adoção e isso já tinha atrasado em uma semana a entrega dos documentos, ela me olhou e disse: Se a senhora puder esperar uns quinze minutos, eu faço uma declaração e entrego o cheque, e a senhora pode ir no cartório amanhã mesmo. Nossa, eu agradeci e abençoei até a quinta geração dessa moça, era um dia que eu ganhava. A novela da documentação estava terminada, na quinta-feira, dia 14 de março de 2013, e nesse dia uma amiga de São Paulo veio passar uns dias conosco e acompanhou uma parte dessa correria.

Meu marido estava trabalhando de madrugada e quando isso acontece, ele chega em casa por volta das nove horas da manhã, mas não teve jeito, eu o acordei ás duas da tarde prá irmos enfim dar entrada no processo, dia 15 de março de 2013 entregamos a documentação no cartório distribuidor e assim começamos a subir os degraus da realização no nosso sonho!!!!!!!!