MEU FILHO CHEGOU!! E AGORA??³ ELE SÓ QUER PASSEAR!! ou ELE ODEIA SAIR DE CASA!! O QUE FAZER??

Olá, pessoal!

E a regressão continua!!
Sobre o sair de casa temos duas situações distintas:
Ou o seu filho acha que família é o verdadeiro Parque da Xuxa ou ele tem uma grande aversão a sair da rotina à qual está se adaptando!
No primeiro caso a criança está em plena lua de mel com vocês! Tudo é novidade, tudo é festa!! Ela age como se estivesse de férias!! Quer passear, sempre questiona o que farão em seguida!!
Não se surpreendam com esta atitude pois ela é apenas reflexo da vida pregressa, onde a institucionalização impedia que tivessem uma vida comunitária mais intensa.
Assim, aos poucos vão ensinando (não apenas dizendo em palavras, mas também em atos) ao seu filho que viver em família é um balanço entre diversão e obrigação.
Ele aos poucos verá que papai volta a trabalhar e que a mamãe também voltará, se trabalhar fora de casa.
Estas crianças com atitudes mais expansivas podem ser muito “dadas”, o que pode criar constrangimentos e mesmo uma certa sensação de rejeição pelos pais.
O filho que chega pode nos passeios se relacionar muito espontaneamente com as crianças e principalmente adultos ao redor, mantendo os pais à distância ou mesmo “no gelo”.
Aqui é importante que os novos pais saibam que a criança aprendeu na sua vida abrigada a ser muito comunicativa com estranhos, mas nunca teve qualquer experiência positiva em como tratar e ser tratado por aqueles que são sua família, próximos dela.
Assim, elas são tão arroz de festa com os outros e podem ao mesmo tempo ser to retraídas com os pais quanto em casa sozinhas com os pais. Sabem viver em grupos sociais, mas não em grupos familiares.
Não sintam isso como rejeição, pois não é! É apenas uma reação natural às novidades segundo as experiências de vida anteriores da criança.
O que fazer? Simples!! Dar-lhes tempo para viverem as novidades e aprenderem com elas!!
Seu filho verá como os outros agem com os pais e como estes pais agem para com os filhos e aos poucos ele introjetará estes comportamentos aprendidos e passará a ser mais “adequado” nestas situações sociais.
Vocês podem contribuir ficando atentos e interferindo se e quando a situação fugir um pouco ao controle (algumas crianças tendem a monopolizar alguns adultos mais solicitados da festa!! algumas buscando até o colo dele), de forma delicada e sem chamar a atenção para a ocorrência e sim desviando a atenção da criança para outra coisa ou pessoa.
Crianças são incrivelmente versáteis e logo aprendem as novas regras e sem que se perceba passam a se adequar ao ambiente em que vivem agora com os pais.
Para os filhos festeiros, sugiro algum cuidado no excesso de atividades. Não busquem atender à demanda que será na realidade um estímulo indesejado a esta ânsia por novidades e atividades fora do âmbito familiar.
Todos estão em adaptação, filho e pais, e necessitam mais de intimidade do que vivências sociais externas. 
Importante que se busque mesclar atividades privadas, em casa e só a família, com festas e passeios. Intercalar os finais de semana com os dois tipos de atividades vai aos poucos ensinando o pequeno como é viver em família.
Por outro lado temos a criança que simplesmente não gosta de sair de dentro de casa.
Para entender este pequeno é importante compreender que isso pode ser uma característica da personalidade dele, mais introspectiva, ou então ser mais uma expressão da regressão que pode estar ocorrendo.
Veja, ninguém passeia em demasia com um bebê recém nascido, não é?? Para este tipo de criança é importante começar aos poucos a vida extrafamiliar.
Se a criança demonstra que sair de casa é para ela estressante, então de início, como se faz com bebês rn, se deve privilegiar atividades mais caseiras, entremeadas com saídas curtas.
Espere ele receber com mais prazer e interesse saídas de casa para programar passeios que levem muitas horas, com ida a parques.
Lugares abertos e nos quais se pretenda ficar horas a fio podem ser um grande fator de estresse.
Assim, aos fins de semana privilegie de início filmes com pipoca e guaraná, visitas rápidas a pessoas próximas não passando de hora ou hora e meia de estada fora de casal.
Aos poucos idas a pizzarias e cinema seguido de um sorvete.
Saídas mais longas, como viagens nas férias, devem ser deixadas para um momento mais futuro, após se verificar que a criança já enfrenta ficar fora de casa com mais tranquilidade.
Como se fosse um bebê de meses, comecem a sair com o filhote aos poucos, por curtos períodos, contatando poucas pessoas de início e aos poucos estendendo o tempo e a interação com grupos maiores e mais diversificados de pessoas.
Sobre festas infantis, para as crianças mais tímidas, o melhor é aceitar convites apenas de filhos de amigos próximos, nas quais os pais possam ir e ficar até o final com o filho.
E mesmo aqui, de início, não fiquem até o final se sentirem que o estresse está pegando.
Quando chegar o aniversário de seu filho, sonde antes para ver se ele preferirá convidar os amigos da escola, que serão ainda novos amigos, ou se preferirá uma festa mais íntima, só para a família e filhos de amigos dos pais.
Caso sinta que seu filho não deseja convidar os amiguinhos da escola, respeite desta primeira vez e faça uma festa para familiares e amigos com filhos. E mesmo nesta festa não exija dele uma presença impactante!! Deixe-o mais à vontade para brincar se e com que quiser. E se sentir que está sendo demais para ele, organize-se de modo a que um dos pais possa ir embora com ele e o outro ficar com os convidados até o final!!
Por isso, não deixe os parabéns para o final e sim antecipe-o para o início ou para o meio da festa.
Há uma grande chance de isso tudo ocorrer apenas desta vez!! Após um ano de adaptação seu filho certamente quererá uma festa de arromba!! 
Por fim, a criança em adaptação numa adoção tardia estará deixando para trás, no abrigo, amigos e por vezes até irmãos.
Isso não é fácil e ela poderá ficar dividida, sentindo que se se apegar aos novos pais estará abdicando dos amigos e irmãos que deixou para trás.
A reação poderá ser um certo distanciamento, uma certa resistência em se entregar afetivamente aos pais. 
Não sintam isso como rejeição intencional da parte da criança. Entendam que ela está passando por uma separação dolorosa e necessitará de tempo para entender que não precisa deixar afetivamente os que deixou no abrigo para só então se vincular a vcs.
Os pais devem buscar não se magoar com esta atitude por vezes distante do filho e insistirem em mostrar por ele afeto e carinho.
Se a criança tende a ficar quieta com os pais e falante com os demais, eles devem preencher o vazio com suas próprias palavras!! Falem de si, de suas vidas quando crianças. Não digo para que falem demais!! Mas sim que falem o suficiente para preencher o vazio momentâneo no discurso entre pais e filho.
Continuem dando atenção, carinho. Olhares afetivos, pequenos toques (há crianças que recusam contato físico direto momentaneamente), palavras de afeto.
Além disso tudo fundamental é a paciência!! Para com o tempo da criança, claro!! Mas também paciência para consigo mesmos, papais.
Vocês também estão em plena adaptação!!
Até a próxima!!

Texto de Rosana Silva.

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