Último dia de 2013.

Pois é, dia 31 de Dezembro de 2013… Meu Deus, como a nossa vida muda em segundos, dias, meses!!!! Ano passado, nesta mesma data eu jamais imaginaria que eu passaria por todo o processo de adoção, jamais imaginaria que seria mãe novamente! Automaticamente, mesmo sem querer você faz um balanço da sua vida nessa época do ano, eu fico boba ao lembrar que eu estava preocupada com banalidades, coisinhas corriqueiras das festas de fim de ano. Analisando bem, sem maiores alardes ou qualquer outra coisa, nosso processo foi muito rápido, nossa gestação durou sete meses, desde o dia 15 de março que foi o dia que entregamos a documentação no cartório, até o dia 16 de outubro, que foi o dia que recebi a indicação das meninas… uaaaaaaaau sete meses!!! Não tenho palavras prá descrever tudo que tenho passado, digo por mim pois só eu escrevo aqui, o Du é super discreto e reservado e nem eu sei ao certo quais os devaneios dele, só sei dizer que todos, todos mesmo estamos muito felizes, a receptividade da família e amigos com elas e delas com familiares e amigos foi a melhor possível, tem horas que me pergunto se é normal tanta tranquilidade porque eu estava preparada prá uma batalha dupla e infernal!!! Minhas meninas são uns doces, umas queridas, claro que ainda carregam o jeitinho do Shrek, mas devo confessar que eu adoro isso, são crianças e tem suas fases e se eu ensinei meus sobrinhos a arrotar, porque não ensinaria minhas filhas???  Aos poucos vou comentando aqui como foram nossas festas de fim de ano, mas já adianto que iremos passar a virada de ano só nós quatro, a Fer foi prá Florianópolis e as famílias tem outros compromissos, nós não saímos de casa na virada porque temos nossas três filhas peludas e com os fogos elas ficam maluquinhas, quem ama cuida e eu as amo demais prá deixá-las sozinhas!

Quero deixar registrado aqui que não desisti das crianças abrigadas, não é porque minhas filhas estão comigo que vou esquecer tudo que vi, li e ouvi! Quero partipicar ativamente dos grupos com busca ativa e ainda vou realizar meu sonho e fundar um grupo de apoio com minhas amigas Mamães de Curitiba!  Quero pedir prá que todos se mobilizem em prol das crianças abrigadas, negligenciadas, abandonadas, maltratadas… quero pedir que todos ajudem o caso #ficaduda… Não esqueçam que o futuro do nosso país está nas mãos dessas crianças e que se elas tiverem uma infância com amor, dentro de uma família verdadeira, independente dos laços consanguíneos, elas serão adultos de caráter, honestos, justos, bondosos. Vamos nos mobilizar e mudar verdadeiramente essa lei, uma criança deve permanecer no máximo dois anos abrigada e olha que é muito tempo, muita perda de vida prá um serzinho de total dependência de um adulto. Por favor, vistam essa camisa com amor, esqueçam rótulos, fama, poder, camaradagem… se pode ser feito, faça!! Tire uma, duas, dez crianças de um abrigo e as coloque num LAR, criança precisa de amor de pai e mãe, cuidadoras e tias das casas de apoio nem sempre suprem tudo isso, por favor!

Não vou pedir nada este ano, só tenho a agradecer! Agradecer por ter minha Madu viva e saudável (prá quem não sabe, é minha cachorra mais velha que passou lá nas ruas da morte em abril deste ano), agradecer por termos nos tornado pais em tão pouco tempo, agradecer por nossas filhas serem tão lindas, queridas e amadas… as três bonecas da mãe, agradecer por tudo que passei desde as risadas até os momentos de choro nas crises de frescurite, agradecer até pelo primeiro barraco que fiz na vida em local público, pois só assim percebi que muitas vezes achamos uma coisa e a verdade é outra, agradecer até as mais de 100 horas que o Du trabalhou a mais somente em dezembro, pois assim eu consegui provar prá mim mesma que eu consigo ser mãe em tempo mais que integral e sem muita ajuda, agradecer pelas novas amizades e pelas velhas também, agradecer por ter conhecido pessoas que só acrescentaram algo na minha vida, dividiram experiências, conselhos… enfim… obrigada Deus pelo ano que se finda, que o próximo venha com toda luz e amor que seja possível!

Claro que quero agradecer á vocês todos que vem aqui, deixam recados, palavras de amor e carinho, comecei a escrever prá desabafar e esperar meus filhos, mas fui recebendo tanto carinho que hoje eu escrevo prá vocês, de todo meu coração! Espero sinceramente que eu consiga ajudar e contribuir com algo bom nas suas vidas, quem está na fila não desista, persista mas jamais mude seu perfil prá acelerar o processo, quem apenas lê porque simpatiza, o meu muito obrigada! Adotar grupo de irmãos é maravilhoso, vocês não tem noção da cumplicidade entre eles, o trabalho é dobrado mas o amor também é! Que 2014 venha lindo, radiante, que Deus os abençoe e ilumine seus caminhos, desejo de todo meu coração que todos encontrem o amor e a felicidade, assim como nós. Adotar é tudo de bom, ADOÇÃO É FAMÍLIA, ADOÇÃO É AMOR, ADOÇÃO LEGAL É PRÁ SEMPRE!!!!  Obrigada, obrigada… deixo aqui uma despedida de 2013, meu ano maravilhoso e ímpar… Fiquem com Deus, Feliz 2014!!!!!!

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#FicaDuda

QUEM É DUDA??
Por Rhô Silva

Duda é a filha com que longamente sonhamos. A menina sapeca, peralta, risonha, arteira, bailarina que vemos correndo em nossos lares.
Duda é a criança amada, protegida, querida, cuidada, educada com carinho e afeto por todas nós mães.

Mas Duda é hoje um ícone para a Família Adotiva brasileira.

Ela é na mente de todos os adotantes, que detenha guarda provisória para fins de adoção, o filho amado e tão longamente sonhado que neste momento está na escola estudando, lá fora brincando com esguicho no jardim, correndo com o cachorro da vizinha na frente de casa, na sua cama dormindo o sono de uma criança segura de que é amada e de que seu mundo é seguro e estável.

Duda é o sonho dolorido de todos os pais e mães por adoção, tão longamente acalentado, passado pela comprovação de entrevistas sem fim, pela invasão de suas casas, vidas, corpos e mentes, por juízes e promotores de justiça para poder se tornar realidade.

Duda é o filho gestado na mente e coração de cada pai e mãe por adoção neste imenso país por longos anos a fio. Dois, três, quatro, cinco anos de uma gestação sem barriga, criticada por todos ao redor que não compreendiam o quanto o amor é desvinculado do sangue e do gene.

Ela é Samueis, Selmaras, Laurinhas, Stephanyes, Marias Eduardas, Luans, Ricardos, Danilos, Danieis, Emanueis, Déboras, Julias, Lucas. Ela é branca, preta, parda, morena, cabocla.

Duda é hoje para cada pai e mãe por adoção o símbolo da desimportância dada às famílias adotivas do Brasil. Duda é a comprovação de que famílias podem ser “provisórias”, meras casas de passagens enquanto genitores irresponsáveis e cruéis recebem do Estado-Juiz todas as chances para “se recuperarem” e terem de volta as crianças-objetos de que são donos para perderem e reaverem conforme seus interesses e vontades.

Duda é o medo no semblante de cada pai e mãe adotivos ao contemplar seu filho ou filha mais amado, medo doido e indefeso de perde-los para seus antigos algozes.

Ela é a expressão máxima da má aplicação das leis de defesa e proteção da criança e adolescente. Leis estas que colocam o Brasil entre os mais avançados no mundo na proteção de sua infância e juventude, mas cuja aplicação vilipendia sua alma de justiça.

Duda não é objeto de propriedade de qualquer adulto. Não “pertence” aos genitores ou a qualquer outra pessoa ou instituição. Ela é uma pessoa humana em desenvolvimento que recebe da Constituição Federal e leis ordinárias PROTEÇÃO PRIORITÁRIA, INTEGRAL E EXCLUSIVA.

Duda tem o direito de ter o seu bem jurídico mais humano, mais digno, mais caro tutelado COM PRIORIDADE ABSOLUTA e com EXCLUSÃO de qualquer outro direito pertencente a qualquer outra pessoa humana no mundo: O AFETO QUE DEDICA À SUA FAMÍLIA.

Não família “substituta”! Não família “provisória”! Pois o AMOR não é provisório ou substituto.

A justiça mineira deve respeito a todas as famílias ADOTIVAS (não provisórias nem substitutas) brasileiras ao decidir o destino de Duda, a menina de Contagem.

Este respeito à todas as FAMÍLIAS que ousaram amar além da carne e do sangue só se fará com decisão que RECONHEÇA A PRIORIDADE ABSOLUTA do direito de Duda de viver COM SUA VERDADEIRA FAMÍLIA. A família adotiva que a acolheu, amou, respeitou, educou, protegeu e ainda luta contra a hedionda possibilidade de vê-la privada de tudo o que para uma criança de sua idade é mais sagrado: A SEGURANÇA DE SE SABER AMADA E PROTEGIDA POR PAI E MÃE QUE AMA “PARA SEMPRE”.

Cada pai e mãe brasileiros, não biológicos, não adotivos, mas apenas e tão somente PAIS E MÃES, devem olhar seus amados filhos e vê-los com a pequena Duda e sentir em suas mentes e corações a repercussão do Caso Duda para a FAMÍLIA BRASILEIRA.
Duda, tão pequenina e já um símbolo (Deus queira não uma mártir) da ADOÇÃO LEGAL E PARA SEMPRE.

Duda deve ficar com sua VERDADEIRA FAMÍLIA, como única manifestação concreta da Justiça e do Bom Direito. É o que ORDENA nossa Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

FICA DUDA!! FIQUEM TODAS AS CRIANÇAS EM PROCESSOS DE ADOÇÃO LEGAL COM SEUS VERDADEIROS PAIS!!

Rosana Ribeiro da Silva
Diretora Jurídica do AleGrAA
Membro da Comissão de Adoção da 37ª Subseção da OAB/SP
Assessora Jurídica da ANGAAD