Sem novidades.

Bom dia pessoas! Não abandonei o meu blog, é que ainda estamos fazendo o curso e não tem novidades. Muitos amigos estão me perguntando como estou, se estou muito ansiosa… confesso que agora estou na fase Zen, pois o processo não anda enquanto o curso não terminar, mas já adianto que dia 28 ás 22hs esse estado calmo, paciente vai mudar!! É a última noite do curso e aí meus amigos, o bicho vai pegar!!! ahahahahahahaha.

O curso tá legal, cada noite uma história diferente sobre adoção, é emocionante, só na noite de quinta passada que eu não gostei, não sei bem o que foi. Prá começar, algumas pessoas simplesmente esquecem de colocar o celular no silencioso, desagradável! Depois, o futuro papai, que sentou ao meu lado, ao invés de respeitar o casal, que ali estava contando sobre os irmãos que eles adotaram, tirou seu Tablet da sua pasta de couro e ficou navegando pelo face, o que eu achei uma tremenda falta de respeito e educação, e por fim o casal que foi dar seu depoimento, não me agradou muito, entre tantas coisas que eu achei um absurdo no relato deles, a mulher contou que ela não gosta de dar selinho nos filhos, aquela bitoquinha na boca das crianças, ela tem um menino com oito anos e uma menina com cinco, ela contou que o menino chorou por dois dias por conta disso e que ela não acha legal mães darem selinho nos filhos. Eu fiquei revoltada e quem me conhece, imagina o que eu passei prá me conter, minha vontade era falar um monte de coisas prá ela, que mal há uma mãe dar uma bitoquinha na boca dos seus filhos?? Eu não vejo maldade nenhuma nisso e acredito que esse gesto, não vai influenciar em nada, as crianças não ficarão promíscuas por isso… maaaaas a mãe é ela e eu espero não encontrar mais com esse casal, a vida  e os filhos são deles, cada um com sua crença, mas que eu achei ridículo isso não posso esconder!! Ainda temos três noites de curso, aí o desespero toma conta! 

Maternar…

Abençoado o sonho que acalentas. Vontade que extrapola a esterilidade do teu ventre, pois o entendimento que já tens do que é ser mãe não mais necessita de nove meses para gerar outro ser. Porque é total a tua disponibilidade para amar incondicionalmente o filho que em breve chegará aos teus braços pelas vias da adoção. 

Finalmente entendestes que só os laços da afetividade realmente importam. Estás pronta para receber em teu colo o filho já tão amado que, gerado por aquela que por algum motivo não poderá ser mãe, trará ao mundo o bendito fruto da tua alma. Aquele que chegará às tuas mãos para conduzires ao aconchego do teu lar. 

Aguarda. Aproxima-se o dia em que não mais sentirás no dia das mães este vazio n’alma.

Bendito o ventre que te possibilitará a doce condição de mãe. Bendita és tu também por receber a missão de maternar.

O momento do encontro que te aguarda promete grandes emoções. Aguardar a chegada de um filho cria expectativa, medo e ansiedade. O tempo das gestações adotivas é imprevisível. Não importa. Acima de tudo prepara-te emocionalmente para ser mãe.

 

Bendita és tu também por receber a missão de maternar

 Preconceitos e indagações descabidas ocorrerão. Mas se estás feliz e realizada fechas o canal de acesso aos ignorantes e maliciosos.

Ser mãe adotiva requer entendimento no assunto, porque falar de adoção com naturalidade será importante na convivência com teu filho. Ele certamente um dia perguntará como veio ao mundo e terás a resposta na ponta da língua, se tiveres tranquilidade do teu papel como mãe, que é o de falar sempre a verdade sem afetações.

Enquanto aguardas, estuda sobre o tema e te harmonizas. Quando ele chegar te encontrará inexplicavelmente saudosa para iniciarem uma linda história.

Tuas outras tentativas de ser mãe ficarão no passado como simples recordações, feridas cicatrizadas, luto resolvido. Transformarás o teu presente em felicidade real com grandes possibilidades de realização e de sonhos que jamais imaginavas vivenciar.

É assim comigo que sou mãe. Poderá ser assim contigo se permitires. Se permitires maternar.

* Cintia Andrade Moura é mãe adotiva, escritora e integrante do Gead (Grupo de Estudos e Apoio à Adoção do Recife)